3 de dez de 2024  São Paulo

Estímulo à criatividade contribui para a saúde mental das crianças

Atividades artísticas ajudam no controle da ansiedade infantil

Em meio a um cenário cada vez mais desafiador para a saúde mental das crianças, as atividades artísticas se destacam como uma poderosa ferramenta de controle e prevenção da ansiedade infantil. Estudos demonstram que a arte, em suas mais diversas formas, como a colagem, a pintura, música, dança e teatro, não só despertam a criatividade como também promovem bem-estar emocional.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ansiedade é um dos transtornos mais comuns entre crianças e adolescentes. As pressões do cotidiano, o ambiente escolar e, muitas vezes, a falta de espaço para a expressão emocional são alguns dos fatores que contribuem para o aumento dos índices. O desenvolvimento de sintomas ansiosos na infância pode prejudicar o aprendizado, o comportamento social e o bem-estar geral.

Atividades artísticas dentro das salas de aula e no ambiente familiar permitem que as crianças se expressem de forma livre e não verbal, oferecendo um canal seguro para o alívio de emoções difíceis. As colagens e as pinturas, por exemplo, ajudam na externalização de sentimentos, enquanto a música e a dança promovem relaxamento e descontração, aliviando a tensão física e mental. 

Diversos especialistas apontam que as atividades artísticas oferecem benefícios significativos para a saúde mental das crianças. Ao praticar arte, o cérebro libera endorfinas, os chamados “hormônios da felicidade”, que ajudam a diminuir os níveis de cortisol, o hormônio relacionado ao estresse. Além disso, a arte trabalha a autoestima, o foco e a concentração, fundamentais para crianças que enfrentam dificuldades emocionais.

“Atividades lúdicas são importantes para as crianças. Trabalhos manuais como pinturas e desenhos ativam estímulos no cérebro que são diferentes daqueles gerados pelo uso celular, por exemplo. Fomentar esse comportamento nas escolas é uma oportunidade para que a família replique isso em casa também”, comenta a neurocientista Carola Videira, que também é fundadora da Turma do Jiló, organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua nas escolas para implementar e garantir a educação inclusiva.

Exemplo prático: oficinas de arte em escolas

Instituições de ensino que adotam oficinas de arte no currículo escolar relatam melhorias significativas no comportamento das crianças. Escolher cores, texturas e formas estimula o foco, reduzindo pensamentos ansiosos. Além disso, a atividade fortalece habilidades motoras e cognitivas, promovendo momentos de calma e autoconfiança.

A simplicidade e facilidade de certas práticas artísticas tornam a proposta acessível para escolas e professores, com o uso de materiais como revistas, papéis coloridos, tesouras e colas de qualidade. “Atividades de colagens são mais do que simples brincadeiras, uma vez que oferecem uma oportunidade de externalizar sentimentos e organizar ideias. Nas salas de aula, são valiosas, pois ajudam a criar um ambiente acolhedor e permitem que as crianças se expressem de forma única, lúdica e construtiva”, explica Ana Flávia Bergamo, Gerente de Marketing da Pritt.