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17 de jul de 2023 São Paulo
O Brasil alcançou marca histórica: todas as latas de alumínio produzidas foram de materiais reciclados, segundo levantamento da Abal (Associação Brasileira do Alumínio) e da Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio). A marca reforça ainda mais a presença do país como maior referência mundial no reaproveitamento de alumínio e celebra uma completa cadeia produtiva com foco na circularidade, somada à aplicação de tecnologias industriais que fortalecem a sua reutilização. Em 2022, foram recicladas mais de 390 toneladas de latas de alumínio e produzidas 389 mil toneladas. Ou seja: reciclou até mais do que produziu. Alguns fatores explicam esse reaproveitamento 100% da lata de alumínio no Brasil. Confira os principais pontos:
Há décadas que existe no Brasil uma forte cultura de reciclagem, sobretudo no que se refere a latas de alumínio. A integração entre fabricantes, fornecedores, cooperativas e recicladores tem sido essencial para que a circularidade tenha alcançado sua totalidade no país. Segundo o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (Mncr), estima-se que 800 mil pessoas atuam no país como catadores de resíduos recicláveis.
Novos processos industriais de tratamento de superfícies, como a tecnologia de baixa temperatura, tornaram as limpezas dos materiais mais otimizadas e sustentáveis (com menor consumo de água e energia), fatores que estimulam o ciclo de reciclagem.
“A temperatura ajuda muito na limpeza de óleos e contaminantes, mas sabemos também que isso representa um enorme consumo energético nas indústrias para aquecer os banhos desengraxantes. Além disso, consome-se mais água, sem contar a temperatura elevada que proporciona risco ao trabalhador. Tecnologias atuais com baixa temperatura promovem essa limpeza sem a necessidade de ‘altas temperaturas’ e com maior resultado, garantindo maior sustentabilidade e segurança laboral”, destaca Anderson José Guerrero, gerente de Vendas do Departamento Metal Packaging da Henkel na América Latina. A sustentabilidade, portanto, é contemplada em pelo menos duas etapas essenciais na reciclagem de latas: tanto na reutilização do alumínio em forma de lata, o que reduz as emissões de gás de efeito estufa (GEE), aproximadamente 1,9 milhão de toneladas considerando o volume de 2022, e o consumo da energia elétrica em relação ao alumínio primário; quanto na adoção de tecnologias dentro da indústria para limpeza com baixa temperatura.
Todas as partes que compõem uma latinha de alumínio podem ser reutilizadas, inclusive a tampa e o lacre.
O valor do alumínio é maior em comparação a outros materiais presentes em descartes (plásticos e vidros), somado ao fato de haver interesse ativo de empresas recicladoras no reaproveitamento do alumínio.
O tempo rápido de transformação de uma lata “usada” por uma nova ajuda a manter a engrenagem de reciclagem ativa. Uma lata de alumínio descartada pode reaparecer na prateleira em menos de 60 dias. Outro ponto positivo é a possibilidade de a lata de alumínio ser reciclada infinitas vezes sem perder suas propriedades.
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